segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Valsa Nº 6

Valsa nº 6 relata, em dois atos, a história de Sônia, uma jovem de 15 anos que se envolveu com um homem casado e acabou sendo morta por seu punhal de prata. Ela estava pronta para ir a um baile, trajava um lindo vestido branco com lantejoulas prateadas e tocava valsa número 6 de Chopin.

A peça estreou no dia 5 de agosto de 1951 e recebeu muitas críticas significativas. Contudo, ela foi comparada a outra narrativa de Nelson, Vestido de Noiva. Foi essa peça que despontou a carreira do escritor. Ela aborda a história de Alaíde que foi atropelada e enquanto está em coma, passa a relembra fatos ocorridos em sua vida. Com isso, o autor transmite à plateia a ideia de três planos: o da alucinação, o da realidade e o da memória. O mesmo ele faz em Valsa nº 6. Sônia, já morta, mesmo sem saber, tentar buscar na memória fatos e imagens de pessoas que sabe conhecer, mas não consegue fixar suas fisionomias.

Um ponto bem interessante é a dupla personalidade de Sônia, adquirida provavelmente pelo choque de ter sido morta. A personagem age simultaneamente entre alguém que buscar caracterizar Paulo e saber quem é Sônia. Para ela, Sônia é alguém que concorre com ela pelo amor de Paulo.


De acordo com Nelson, o monólogo foi escrito para contrapor o excesso de personagem na cena. Para ele, um personagem já é suficiente. Especialmente quando a protagonista traz dentro de si um mundo inteiro. Para o autor, a juventude é a melhor parte da vida, é aquela que intercala a meninice e a adolescência. Ele mesmo se auto afirma ter sido um menino grande.

Nelson Rodrigues
 Valsa nº 6 foi responsável por alavancar mais uma vez a carreira do escritor Nelson Rodrigues, pois colocar uma morta em cena não é fácil e dá vida a falecida é mais complicado ainda. Para que isso fosse possível, a interação com a plateia foi um desfecho perfeito, pois todas as perguntas feitas foram respondidas pelo público. Aqui, a luz, o cenário, o tempo e o espaço são características secundárias, porque o que dará vida a personagem é o modo em que as palavras são trabalhadas, ora sendo dramática, ora doce, ora gentil, ora com excesso de devaneios.

A ideia de pecado fica bem marcante no monólogo por dois momentos: primeiro a não ida à missa.  Segundo Sônia, o padre disse que não ir a missa é pecado. E no relacionamento com homem casado. Ela não deixa isso claro, mas em sua fala podemos notar que é um ato terrível: “Eu, não, Deus me livre! Homem casado, comigo, está morto. enterrado!” (p. 24)

Outro ponto constante são as várias vezes que ela corre ao piano para tocar a mesma melodia. Por mais que ela tente tocar outra música, do piano só sai o mesmo som, como se fora uma maldição.

Por fim, o recordar de suas lembranças, onde ela ver o resto de suas memórias boiando no rio que corre rente aos seus pés, ali em cena. Ao mesmo tempo em que fica sabendo da morte de uma jovem de 15 anos que trajava um vestido branco de lantejoulas prateadas tocando valsa número 6.

E como desfecho a dualidade de quem morre e quem continua vivo: “...Nessas ocasiões, eu tenho muita pena de quem fica! E eu de quem morre...E o defunto? O defunto nem sabe que morreu!...” (p. 32)

domingo, 29 de outubro de 2017

Édipo Rei

Sófocles, dramaturgo ateniense, nascido em 496 a.C., juntamente com Eurípedes e Ésquilo são os maiores representantes do Teatro Grego Antigo. Todavia, sou obrigada a dizer que Édipo Rei, uma das principais obras de Sófocles, a meu ver, deixou muito a desejar.

Édipo rei tem como tema principal a história de um jovem que nasceu marcado por um terrível destino e quando soube do mesmo, para não o cumpri, abandona a família, mal sabendo ele que esse ato concorreria para a realização de tudo que fora previsto pelo oráculo de Delfos.

A lenda inicia-se com Édipo já casado com Jocasta e Rei de Tebas. Esperando o retorno de Creonte que fora até a esfinge falar com o Deus Apolo, buscando respostas para livrar sua terra e seu povo do flagelo a qual fora submetido.

Oráculo de Delfos
 Em resposta, Édipo deve descobrir o assassino de Laio, Marido morto de Jocasta. E de imediato, ele começa a expressar o que deve ser feito para que esse crime seja elucidado. Sob o assassino, Édipo lança maldições:

e por isso a todos vós, tebanos, declaro o seguinte: Quem quer que saiba quem matou Laio, filho de Lábdaco, fica intimado a vir a minha presença para mo dizer; mesmo que receie alguma conseqüência da denúncia, o criminoso que fale, antecipando uma acusação de outrem, pois nenhuma outra pena sofrerá, senão a de ser exilado do país, sem que sua vida corra perigo. Se alguém sabe que o homicida não é tebano, mas estrangeiro, não deve ocultar essa revelação, pois terá uma recompensa e o meu reconhecimento. Mas, se vós silenciais, ou se alguém, por mero temor, deixar de indicar um amigo, ou de se denunciar, eis o que ordeno que se faça, e o que ele deve saber de mim: Que nenhum habitante deste reino, onde exerço o poder soberano, receba esse indivíduo, seja quem for; e não lhe dirija a palavra, nem permita que ele participe de preces ou de holocaustos, ou receba a água lustral. Que todos se afastem dele, e de sua casa, porque ele é uma nódoa infamante, conforme acaba de nos revelar o oráculo do deus. (Édipo Rei. p.17 e 18)

A investigação segui e para mais esclarecimentos, Creonte aconselha que seja chamado o velho sábio para ajudar na elucidação. Entra Corifeu, que depois de muito falar, dá entender que Édipo tem algo haver com o crime.  Todavia, é através de Jocasta que a certeza sobre o paradeiro do assassino vem à tona. Quando a mesma revela que Laio fora morto numa tríplice encruzilhada.

A partir desse momento, Édipo, cada vez mais, tem certeza de sua culpa. De início, ele faz perguntas que possa esclarecer o crime, que por fim, mostra-se intimamente ligado ao seu nascimento. E agora, o filho adotivo de Políbio de Corinto nota que as maldições lançadas outrora recairão sobre si mesmo.

Um mensageiro chega de Corinto e traz a notícia de que Políbio está morto. Édipo apega-se a essa notícia, ainda em vias de não ser o assassino de Laio e de não ter cumprido o destino tão cruel traçado pelos deuses a ele. Contudo, o mensageiro esclarece toda a verdade acerca do nascimento e do destino de Édipo.

E como toda a história é baseada em tragédias, Jocasta ao saber a verdade, suicida-se e Édipo, como forma de penalizar-se, arranca os próprios olhos.

Dentre algumas características envolvendo a obra em questão, podemos citar a estrutura aristotélica, mesmo sabendo que Aristóteles nasceu mais ou menos duas décadas depois da morte de Sófocles. Tal estrutura define que uma história deve ter início, meio e fim respectivamente. Que não é o caso de Édipo Rei, que tem bem definido os três momentos, porém não em ordem linear, porque a história tem início com Édipo já casado com Jocasta e somente a partir daí o relato desenvolve-se.  

Sófocles
Seguindo essa lógica, podemos citar dois acontecimentos anteriores ao nascimento de Édipo que não são descritos na narrativa. Primeiro, o motivo da maldição recaída sobre Édipo, que em nada mostra ódio dos deuses em relação ao mesmo. E o motivo pelo qual Édipo conseguiu casar com Jocasta.

Além do tema principal, a narrativa não traz nada de empolgante. Ela baseia toda sua evolução na procura pelo assassino de Laio e como todos já sabem quem é o malfeitor, não resta mais nada a não ser o leitor se conformar e aturar o excesso exacerbado de sofrimento e lamentações.

A expressão: “Ai de mim!” é bem conhecida nas obras gregas. Minha dúvida é: se o sofrimento é verdadeiro ou uma maneira para que se não cumpra o destino. Por ocasião desse livro, essa ambiguidade se apresenta no final da narrativa, através da preocupação que o personagem principal tem com as filhas, pois ele sabe que tem que se exilar por conta das maldições lançadas ao assassino de Laio, mas não deseja se afastar das filhas. Seria as filhas um pretexto para que ele não se fosse para sempre de Tebas? É muito sofrimento para pouca ação.


Pensar antes de falar. Só o que vemos e lemos atualmente são pessoas ofendendo as outras por terem pensamentos e ideias contrárias. É fato que podemos nos expressar, mas sempre tendo o cuidado de não ofender o outro, porque, muitas vezes, esses agraves podem se voltar contra nós mesmos, como no caso das maldições que Édipo lançou sobre o homicida de Laio.

E por fim, quero enfatizar a referência feita por Sigmund Freud a respeito da obra aqui estudada. Ele afirma que todos nós, assim como Édipo, nascemos com o destino traçado e uma maldição que recebemos antes de nascer. Todo filho destina a sua mãe os primeiros impulsos sexuais e a seu pai o ódio de ser ele o escolhido de sua mãe. Mas com o tempo, a consciência se ajusta a realidade e esses primeiros pensamentos se distanciam do ser humano.

domingo, 22 de outubro de 2017

CAPÍTULO 29: UM SONHO CHAMADO CPBT - TJA

Eu deixei a vida passar por mim e passei a vida me escondendo de tudo, mas principalmente do preconceito que via nos olhos das pessoas por conta da minha obesidade. Hoje, tenho dúvidas, pois já não tenho certeza se o preconceito era delas para comigo ou fui eu que o inventei como armadura de autodefesa. Estar no meio de pessoas, para mim, sempre foi muito complicado e falar em público, sempre foi uma dor imensurável, até adentrar a Faculdade de Letras, daí me obriguei a me expor. Todavia, ainda não era o suficiente e juntamente com a mudança radical de vida, perdi-me de mim mesma. Já não era a de antes e não sabia quem eu era atualmente. E eis que do Nada, aparece-me o teatro como uma fuga da realidade, de uma realidade que nunca havia enfrentado ou se quer tinha imaginado. Então resolvi buscar nele as respostas que me faltavam e ainda faltam.


Na terça, dia 18, quando entrei no Teatro José de Alencar, não como espectadora, mas como aluna e vi tantas pessoas esperando o início da aula, novamente, tive certeza de que essa é a vida que desejo para mim. E ao adentrar a sala e estar no meio de tantas pessoas, oriundas dos mais diversos lugares, com suas mais diferentes histórias, fez-me crer que o teatro é a maior riqueza de um homem, pois nele podemos comparar histórias, olhar no olho, sentir o calor humano, observar o outro, tanto como extensão de si quanto por sua individualidade. O teatro foi onde eu aprendi a descontruir a sociedade, não permitir que a mesma me julgue pelo que eu penso, faço ou sinto.

Ao escutar as pessoas dizerem: “eu vim para aprender a falar em alto e bom tom que sou viado”. Mostrar-me uma liberdade que só o teatro nos proporciona. Outra frase interessante que escutei foi: “quem realiza qualquer outro ofício deseja fazer teatro, mas quem faz teatro, não deseja fazer outra coisa”. Assim, eu entendi que certas coisas são importantes, porém, o mais importante é ser feliz e eu descobri que ser feliz é esplêndido e é tão fácil, que quero isso para mim todos os dias, e para isso eu preciso do teatro. Amo as artes como um todo, o teatro me fez buscar outros ramos para completá-lo, mas se não puder respirar o teatro, definitivamente, não existe meio de respirar.

No primeiro dia, houve a confraternização de ideias, pensamentos, de vida... onde cada um expôs o amor que senti pelo teatro e por outras artes, a comunhão de pensamentos me fez perceber que não há vida fora do teatro, falo de vida real, sem preconceito, sem diferenciação. Podem até dizer que o teatro é canto de prostituta, viado e maconheiro, não importa o que são, o importante é todos se aceitarem como são e não ter medo de encarar o outro, de se aceitar e aceitar o outro, porque a vida não é fácil, mas também não precisa ser difícil, pois temos que buscar nela todas as oportunidades que nos afirme como pessoa, como ser individual e coletivo que somos.

O segundo dia foi de práticas. Aprendi e me conscientizei que o meu corpo será sempre meu instrumento de trabalho, por isso é importante conhecê-lo. A movimentação, o caminhar lentamente pelo espaço, ajuda-nos a libertar o corpo da correria do dia a dia, está aí à beleza do teatro.

Observar o espaço, o outro, olhar o próximo, imaginar reconstruções sem que elas precisem ser palpáveis é grandioso. Sonhar é a palavra de ordem, mas não um sonho sem objetivo, mas o sonho que nos guie, dando vida ao corpo, a mente e ao coração.

Respirar, saber levantar, aumentar ou diminuir a velocidade através dos comandos, faz-nos além de conhecer nossos limites, quebrar barreiras para outros que achamos não sermos capazes. Todavia, algo novo que gostei muito, foi à divisão em blocos, tentar passar pelo outro, sem machucar, usando a força e sendo maleável ao mesmo tempo, é algo, que para muitos, é impossível de realizar.

E por fim, findar a aula com uma palavra que resume todos os sentimentos que aflorou em nosso ser, não poderia ser diferente: GRATIDÃO, porque desde o momento que descobri o verdadeiro significado desse vocábulo, nunca mais deixei de sentir.


Eu sinto que o teatro foi uma escolha, porém não minha, ele quem me escolheu, que me acolheu quando eu mais precisei. Eu aceitei o chamado e hoje, ele faz parte da minha vida. Existe teatro sem Cláudia, mas Cláudia sem teatro, jamais...

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

CAPÍTULO 28: TEATRO: 10º CABARET DE PALHAÇO: A PARADA

Quando enfim estava me acostumando com a palhaçaria eis que o módulo chegou ao fim.

A 30º turma do Cita (Cia Teatral Acontece) tem cinco sobreviventes, mas no módulo de palhaçaria juntaram-se a nós várias pessoas que nos encantou e trouxe uma carga nova positiva de energia. A diferença esteve no modo em que recebemos as aulas. A turma em si, não se adaptou muito bem, houve algumas desistências, mas os que se juntaram a nós trouxeram consigo um amor que nunca tinha visto antes.

As aulas foram se passando e nada de eu me encontrar, então sempre expunha aos colegas que tudo era diferente dos módulos anteriores, porque ser palhaço, pelo menos a meu ver, é ser você mesmo, um ser cheio de defeitos, com problemas e acima de tudo, ter que assumir isso em cena, porque palhaço não representa palhaço é o próprio indivíduo se mostrando como verdadeiramente é.

Eu ainda sou daquelas que preciso ver as coisas fazer sentido, e o palhaço quebra essa perspectiva. E aí o que fazer? Era hora de montar um esquete para apresentar o 10º Cabaret de Palhaço.

A ideia escolhida foi uma cena passada na parada do ônibus, aonde vinha um vendedor e depois de uma expressão corriqueira, como num passe de mágica o cenário mudou. No início, o esquete findava nessa mudança de seres humanos a galinhas. Como aceitar algo ilógico. Daí pensamos e encontramos um final adequado, mas uma mudança de cenário e ao final pegamos um ônibus e fomos embora.

Enfim, não posso afirmar que já me encontrei, mas desisti, jamais. Farei outros cursos e buscarei aprender mais. Amo aprender coisas novas, mesmo tendo preguiça para tanto. O importante é não permitir que ela me domine.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

ABRS: PROJETO TEATRO E CULTURA POPULAR

ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE REALIZANDO SONHOS - ABRS

    

PROJETO TEATRO E CULTURA POPULAR
ENTRE RAÍZES E TRADIÇÕES DO POVO NORDESTINO


Edjane Moura de Lima
Presidente da ABRS

Maria Cláudia Vicente da Costa
Vice-Presidente da ABRS




Pacatuba, 30 de setembro de 2017.


Entidade / Organização

Responsável pelo projeto?
Maria Cláudia Costa
                                                                               
Organização:

Proponente: Associação Beneficente Realizando Sonhos - ABRS
Executora: Maria Cláudia Costa

Dados de Identificação

Nome: Associação Beneficente Realizando Sonhos - ABRS
Endereço: Rua 72, Nº 1099, Jereissati II, Pacatuba – Ceará. CEP: 61814-308
Telefone: (85)33845644/986182798 (Edjane) / (85)988661754 (Cláudia)
Site: https://www.mariaclaudiacosta.com.br/2021/03/abrs.html
E-mail: associacaobrs@gmail.com
Registro jurídico: Em andamento

Dados de Qualificação

         Demos início a Associação Beneficente Realizando Sonhos - ABRS - no dia 22 de julho de 2017, portanto, ainda estamos principiando nossos trabalhos, visto que ainda estamos em processo de abertura jurídica, mas como temos o desejo de fazer diferente, não queremos se quer esperar a burocracia do processo em si, queremos trabalhar em prol da nossa comunidade, ajudando a nossa população na concretização de alguns de seus sonhos.
         Projetos realizados não temos ainda nenhum, contudo, estamos trabalhando para por em prática alguns que já estão no papel e que queremos dele tirar, são eles: Oficina de quitutes para festas, Oficina de manicure, ambas voltadas para a abertura do próprio negócio. Oficina de teatro e cultura, voltada para o desenvolvimento psíquico e motor de crianças e adolescentes, visando não só o melhor desempenho social, mas, também, o dinamismo para entender e interpretar literalmente textos, músicas, podendo aprender a tocar instrumentos musicais e, por conseguinte, tornar-se um representante da nossa cultura tradicional popular. Oficina de português começando do zero, voltada às pessoas a partir de 15 anos que queiram aprender sua língua materna de acordo com o uso da gramática normativa e a Oficina de mudanças de hábitos, que está ligada a saúde mental e corporal do indivíduo, voltada para dicas sobre obesidade, nutrição, exercícios físicos e ajuda psicológica para que tenham mais qualidade de vida.
         No momento, ainda estamos buscando parcerias para recebermos o apoio que estamos precisando para por nossos objetivos em prática. Desde já agradecemos a atenção e esperamos contar com a ajuda da sua empresa em nossa associação.

Contexto do Projeto

         Atualmente, as crianças, jovens e adultos andam mais voltadas para a internet ou na ociosidade do dia a dia, e isso pode acarretar consequências graves a saúde física e mental dos mesmos.
         Tudo na vida tem dois lados, o bom e o ruim, no entanto, pesquisas apontam que, ultimamente, tem crescido muito os índices de suicídio por conta de jogos e brincadeiras que esse grupo de pessoas encontra nas redes sociais. Sem mencionar, a prática da Engenharia Social feita pelos Crackers, a fim de se apoderar de informações pessoais das vítimas e prejudicá-las física e financeiramente.
         Não queremos afirmar, aqui, que a internet não tem suas qualidades e utilidades benéficas na vida do cidadão, mas se observamos de perto, grande parte do seu conteúdo é logrado para repassar notícias de natureza agressiva, preconceituosa e violenta. De acordo com a matéria do G1

“Escola alerta alunos sobre desafios online após morte de jovem em SP: É bastante perigoso. Estamos trabalhando em uma zona limite de vida, morte e uma região chamada de quase-morte. Diminuir o oxigênio do sistema nervoso central é perigoso. Vomitar é perigoso, você pode aspirar. Com essa sensação de perda de consciência, você pode bater a cabeça, pode ter lesão nos seus vasos, nas suas artérias, portanto de brincadeira não tem nada", explicou o médico Benito Lourenço, em referência aos desafios divulgados em vídeos na internet”. (G1)

         Isso, para não mencionar outros tipos de jogos fatais que aparecem todos os dias, como o exemplo, o Jogo da Baleia Azul.
         Uma outra doença já diagnosticada é a Nomophobia: é a ansiedade que surge por não ter acesso a um dispositivo móvel. O termo é uma abreviatura de "no-mobile phobia" (medo de ficar sem telefone móvel).
         Dessa forma, não temos como tratar esses aspectos se não como doença e procurar meios para que as ditas brincadeiras, que vêm levando muitos jovens à morte, deixem de ser a única opção que essa faixa etária venha a ter.

         Ociosidade: qualidade ou condição de quem é inativo. De acordo com o site Eu estudante:


 

Cresce número de jovens ociosos no país, eles não estudam, não trabalham e não estão à procura de emprego. Os jovens ociosos entre 15 e 29 anos somam pelo menos 8,82 milhões no Brasil. O dado de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela o aumento de 708 mil pessoas nesse grupo desde a última vez que a pesquisa foi feita, em 2000. O crescimento mais expressivo está entre os homens (11.107 mil pessoas a mais), mas as mulheres jovens ainda são a maioria nessa condição: representam 67,5% do total”. (Eu Estudante)

 

         A partir desses números, do período que foi registrada a pesquisa e pressuposto que ao longo dos anos esse índice vem aumentando, podemos entender que esses números estão bem maiores. E foi pensando em beneficiar e melhorar a vida das crianças, jovens e adultos da comunidade do Jereissati no município de Pacatuba que desenvolvemos o projeto aqui descrito.


Justificativa

         O projeto em questão foi pensado e será concretizado pelo Coletivo Matracando Arte representada pela Maria Cláudia Costa, que tem em seu currículo os seguintes cursos: graduada no curso de Licenciatura em Letras/Italiano pela Universidade Federal do Ceará; estudante do curso de Bacharelado em Sistema de Informação pelo Centro Universitário Estácio de Sá; Estudante do curso de Licenciatura em Teatro pelo Instituto Federal do Ceará; participou 30ª turma do Cita (Cia Teatral Acontece) e do Curso Princípios Básicos de Teatro do Teatro José de Alencar.
         Toda oficina voltada para artes costuma ser finalizada com a montagem de um espetáculo, para tanto se faz necessário uma quantidade de dinheiro para custear os gastos referentes à Figurino, Cenário, Maquiagem, Material Fotográfico e Filmagem por um tanto mínimo de apresentações, que por hora seriam duas, mas com pretensões de serem bem mais. Afinal, nosso único intuito é de proporcionar a outrem melhor qualidade de vida, mais conhecimento didático, além de propiciar o contato direto com a nossa cultura, voltando-se para leituras diversas, livros, literatura, folclore, mitos, narrativas, danças populares dentre outros.
         O Coletivo deseja que essa seja apenas a primeira de muitas oficinas e projetos que realizará. Não obstante, para se começar qualquer projeto é preciso custear os gastos. Daí a necessidade de patrocinadores. Por conseguinte, estamos vindo através desse projeto relatar o desejo amplo de ajudar a nossa comunidade, bem como divulgar e propagar nossa cultura tradicional popular e não precisando cobrar nenhum valor dos participantes da oficina.
         E foi pensando nos problemas absorvidos pelas crianças, jovens e adutos, não só através das vertentes acima expostas, isto é, o dia inteiro concentrado no uso da internet ou na ociosidade, mas também na falta de interesse de ler, de estudar, de conhecer e assim, não ter as condições básicas para preparar-se para um futuro promissor. Refletindo sobre esse assunto, chegamos à conclusão de que Teatro e Cultura Popular poderá corroborar para tirar os jovens desse estado de inércia e os introduzir no mundo mágico os palcos, fazendo com seja desenvolvido a criatividade, a oralidade, a prática de argumentação, o interesse pelo universo literário, pela escrita, pela interpretação e encenação de textos.
         As pessoas, em geral, têm muito interesse por histórias. Através desses fundamentos o projeto pretende elaborar conjunturas de estudo, que auxilie os mesmos a aumentar seus conhecimentos e a partir daí e de seus esforços, eles se dediquem as atividades projetadas e ao desfecho que será construído tanto pelos que estão ministrando o projeto bem como pelos próprios participantes. Além do que, essa iniciativa permite que os integrantes passem a conhecer histórias diversificadas, táticas e ferramentas necessárias para recontar e encenar os textos lidos. Dessa forma, também poderão criar estratégias na hora de escrever outros textos e até, possivelmente, descubramos atores, narradores e autores. Tendo a oportunidade de melhorar como aluno e como ser humano na busca da obtenção de informações e na dissipação da comunicação com os demais.

Objetivos

         Geral

         Viabilizar conjunturas para que os jovens desenvolvam o gosto pela leitura, cultura  raízes dos nossos antepassados colocando-os em contato com diversos gêneros textuais, musicais e místicos. E a partir daí, poder produzir seus próprios textos e desenvolver sua oratória.

         Específicos

         Fortalecer a autonomia e a iniciativa perante a sociedade.
         Conciliar à produção textual a função social através da escrita, da interpretação textual e da encenação.
         Congregar com os alunos, seus familiares e a sociedade de modo geral o produto final, que será por meio de apresentações teatrais.

Universo do Projeto

Público alvo

Direto: Crianças e Adolescentes da comunidade do Jereissati a partir de 10 anos.

Indireto: Toda a comunidade de Pacatuba, familiares dos participantes e quaisquer pessoas que prive da convivência dos mesmos.

Obs.: A Associação Beneficente Realizando Sonhos - ABRS não faz distinções étnicas, de gênero, das populações expostas a situações de risco, de portadores de deficiência ou com necessidades de políticas compensatórias.

Quadro de metas


Objetivo
Desenvolver a leitura
Autonomia
Interpretação textual
Representação cênica
Ações

Através de exercícios de desenvoltura para liberar o corpo inerte e de leitura para visualizar melhor os textos.
Resultados
Pessoas tendo maior desempenho na leitura, capazes de ler um texto e interpretá-lo, além de melhorar muito a forma de comunicação com outrem.
Outras Informações
Os recursos que adquirirmos através dos patrocinadores serão divididos entre a montagem da peça e as necessidades da oficina, que terão o número de 10 encontros e 2 apresentações (esse número pode sofrer alterações).
Os encontros acontecerão na sede da associação ou em outro lugar mais propício a esse acontecimento.
Para meios de verificação, todos aqueles que estiverem envolvidos nessa realização sempre será bem vindos a participar das oficinas.
Esperamos ter condições de brevemente já colocarmos em prática tudo que aqui foi descrito. Riscos sempre podem ocorrer, todavia vamos trabalhar para que eles não aconteçam.

Metodologia

         O projeto será executado pelo Coletivo Matracando Arte, representada pela Maria Cláudia Costa juntamente com a Associação Beneficente Realizando Sonhos - ABRS - que ministrará dez oficinas que ocorreram uma vez por semana, com duração de duas horas diárias, em dias que ainda serão determinados. O local de realização dos encontros poderá ser a sede da associação ou outro ainda a ser definido.
         A oficina contemplará 20 pessoas que receberão noções básicas de consciência corporal, música, teatro dentre outras aspectos necessários ao desenvolvimento psíquico dos participantes. Na sequência, passaremos a leitura para avaliar em qual dos quatro níveis cada pessoa se encontra: leitura elementar, leitura de inspeção, leitura analítica ou leitura sintópica, para isso faremos uso de livros, revistas, textos complementares, material escolar como lápis, caderno, borracha, lápis de cor, apagador, pincel para quadro banco dentre outros. Uma vez que, sempre finalizaremos nossas atividades diárias produzindo texto que se liguem ao que foi aprendido e a nossa cultura em um modo geral, pintura ou mostrando em forma de arte o que aprenderam.
         Trabalharemos os cinco tipos textuais: narração, descrição, dissertação, injunção e exposição e todos os gêneros textuais ligados aos tipos, como por exemplo: romance, novela, conto, crônica, fábula, carta, convite, bilhete, ata, telegrama, agradecimento, editorial, notícia, reportagem, artigo de opinião, entrevista, anúncio, biografia, resumo, resenha dentre outros.
         Dessa forma, estaremos aprendendo e ensinando ao mesmo tempo, visto que, para cada encontro será necessária uma preparação intelectual e materiais que nos auxiliarão no repasse de informações aos atores envolvidos, bem como esses também não só assimilarão o aprendizado repassado, como compartilharão conosco suas vivências próprias de mundo.
         Para que as oficinas sejam postas em práticas, de início precisaremos de ajuda de patrocinadores. Quando já tivermos a quantidade necessária para custear as necessidades aqui dispostas, seguiremos para o segundo passo que é a divulgação das oficinas através de cartazes em escolas, postos de saúde, comércios e onde for possível e por meio da internet nas redes sociais.
         E como avaliação final, faremos dois espetáculos de apresentação, em local ainda a ser escolhido, pois queremos atrair a maior quantidade de público possível e a partir dessa visibilidade sermos capazes de seguir com esse e outros projetos dando continuidade a nossa função social: transformar a vida da nossa comunidade, oportunizando a realização de seus sonhos.

Equipe e parcerias

         Equipe
Direta: Coletivo Matracando Arte e Maria Cláudia Costa
Indireta: Associação Beneficente Realizando Sonhos - ABRS

         Parcerias
Intensas: são aquelas que estarão conosco ao longo do projeto.
Eventuais: são aquelas eventualmente corroborará com a realização do projeto.

Cronograma

Divulgação da oficina: 15 dias
Dias para inscrição: 5 dias
Total de encontros: 10
Duração diária de cada encontro: 2h
Apresentação final: duas apresentações.

Orçamento

Descrição
Valor
1 apagador
R$ 10,00
1 tonner preto para impressora
R$ 60,00
10 pinceis para quadro branco
R$ 50,00
20 borrachas
R$ 20,00
20 canetas
R$ 20,00
20 lápis pretos
R$ 10,00
3 caixas de lápis de cor grande
R$ 21,00
5 resmas de papel ofício A4
R$ 125,00
Cenário
R$ 500,00
Figurino
R$ 700,00
Filmagem
R$ 600,00
Maquiagem
R$ 600,00
Material fotográfico
R$ 600,00
Total
R$ 3.316,00

Resumo

         Sabemos que nossa sociedade em sua maioria passa por problemáticas sociais, em vista disso, temos a convicção que nossa iniciativa vai colaborar e implementar física e psiquicamente a saúde dos nossos participantes e da comunidade como um todo, pois depois que for visto os resultados esperados, outras turmas serão formadas não apenas partindo da nossa busca através de propagandas, mas por parte da comunidade que terão a oportunidade de sair de um mundo que talvez venha prejudicá-los no futuro, como é o caso da internet, e para outros, buscar algo útil a fazer, saindo da ociosidade para adentrar ao mundo da tradição ´popular, da leitura e dos livros.
         As organizações a qual a Maria Cláudia Costa está associada são duas: ao Coletivo Matracando Arte que trabalha com teatro e cultura popular rememorando as raízes da nossa cultura cearense e nordestina.  A segunda é a Associação Beneficente Realizando Sonhos - ABRS - que está em processo jurídico de abertura, mas que já tem vários projetos escritos para por em prática, porque não quer ser mais uma associação, deseja ser participava e fazer a diferença dentro da comunidade em que está inserida.
         O projeto visa fazer despertar nas pessoas a vontade de buscar novos conhecimentos que só os beneficiarão em qualquer momento da vida e no que desejarem fazer.

Avaliação

         As avaliações serão feitas ao final de cada encontro para termos a noção do que estamos produzindo, onde estão as falhas, onde devemos melhorar e o que não precisa ser modificado. Bem como para estarmos cientes da opinião dos participantes e de toda equipe de modo geral.

Referências Bibliográficas

G1, São Paulo. Disponível em: < http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/10/escola-alerta-alunos-sobre-desafios-online-apos-morte-de-jovem-em-sp.html>. Acesso em: 21/09/2017

Dashevsky, Evan. Disponível em: < http://idgnow.com.br/internet/2013/10/16/oito-novas-doencas-mentais-que-atingem-voce-por-causa-da-internet/ >. Acesso em: 21/09/2017

Estudante, Eu. Disponível em: < http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-estudante/tf_carreira/2013/01/07/tf_carreira_interna,342759/cresce-numero-de-jovens-ociosos-no-pais.shtml >. Acesso em: 21/09/2017

Vestibular, Mundo. Disponível em: < http://www.mundovestibular.com.br/articles/1277/1/OS-DIFERENTES-NIVEIS-DE-LEITURA/Paacutegina1.html >. Acesso em: 21/09/2017


Anexos

         As informações acima servem como base para o desenvolvimento do projeto, podendo ser modificadas dependendo dos meios a ser realizado. De início, foi pensando para ser ministrada uma aula por semana, pois seria um curso livre. Contudo, se for ministrado em escolas ou departamentos afins, poderia ter carga horário de 20h semanais no período da manhã.